Os Estudos Transcendentais - Franz Liszt

 




Os Estudos Transcendentais (também conhecidos por Études d'Exécution Transcendante) são uma série de 12 Estudos escritos para Piano solo por Franz Liszt, iniciada em 1826 e completada em 1851.

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Franz Liszt (pronuncia-se Lisst), em húngaro Liszt Ferenc, (Raiding/Doborján, Reino da Hungria, 22 de outubro de 1811 — Bayreuth, 31 de julho de 1886) foi um compositor e pianista húngaro do Romantismo. Liszt foi famoso pela genialidade de sua obra, pelas suas revoluções ao estilo musical da época e por ter elevado o virtuosismo pianístico a níveis nunca antes imaginados. Ainda hoje é considerado um dos maiores pianistas de todos os tempos, em especial pela contribuição que deu ao desenvolvimento da técnica do instrumento.

A primeira versão desses Estudos, Étude en Douze Exercises ("Estudo em Doze Exercícios"), foi lançada em 1826, quando Liszt tinha apenas 15 anos. Em 1837, foi lançada, ao mesmo tempo, em Paris, Milão e Viena uma outra versão desses Estudos, que recebeu o nome de Douze Grandes Études. A terceira versão (a mais conhecida, gravada e executada) foi lançada em 1852 (catalogada como S139), e recebeu o nome de Estudos de Execução Transcendental, mais conhecida por Estudos Transcendentais. Foi dedicada a Carl Czerny, um dos professores de Piano de Liszt ao longo de sua vida.

A primeira versão já era uma obra desafiadora; porém a segunda versão desta obra deu um salto assustador no nível de virtuosismo (das três versões, é a mais difícil), a ponto de Liszt reconhecer que seu nível de dificuldade era tão alto que, na versão Transcendental, resolveu facilitá-los e dedicar-se mais à musicalidade deles.

Essa obra é organizada e nomeada do seguinte modo:
Estudo Transcendental Nº1 "Preludio" - Dó Maior;
Estudo Transcendental Nº2 "Molto Vivace" ou "Fusées" (fogos de artifício) - Lá Menor;
Estudo Transcendental Nº3 "Paysage" (Paisagem) - Fá Maior;
Estudo Transcendental Nº4 "Mazeppa" - Ré Menor;
Estudo Transcendental Nº5 "Feux Follets" (Fogos-Fátuos) - Si Bemol Maior;
Estudo Transcendental Nº6 "Vision" (Visão) - Sol Menor;
Estudo Transcendental Nº7 "Eroica" (Heróica) - Mi Bemol Maior;
Estudo Transcendental Nº8 "Wilde Jagd" (Caça Selvagem) - Dó Menor;
Estudo Transcendental Nº9 "Ricordanza" (Souvenir/Lembrança) - Lá Bemol Maior;
Estudo Transcendental Nº10 "Allegro Agitato" ou "Appassionata" - Fá Menor;
Estudo Transcendental Nº11 "Harmonies du Soir" (Harmonias da Tarde) - Ré Bemol Maior;
Estudo Transcendental Nº12 "Chasse-neige" (Tempestade de Neve) - Si Bemol Menor

Foi o próprio Liszt quem deu esses nomes aos Estudos (esses estão em francês), exceto os Nº2 e Nº10, deixando-os com o nome "Molto Vivace" e "Allegro Agitato", respectivamente; porém Feruccio Busoni, posteriormente, deu-lhes os nomes "Fusées" e "Appassionata", o primeiro por achar que o modo como a obra progride passa a impressão de fogos de artíficio estourando lado a lado, o segundo por possuir uma coda baseada na coda contida no final da Sonata Opus 57 "Appassionata" de Ludwig van Beethoven.

Os Estudos estão entre as peças virtuosísticas mais populares do instrumento, tendo sido gravados e apresentados em recitais por diversos pianistas, tais como György Cziffra, Boris Berezovsky, Miroslav Kultyshev, Leslie Howard, Claudio Arrau, dentre vários outros. Ainda hoje são gravados e tocados em recitais.


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Música Clássica

1812 Overture - Pyotr Ilyich Tchaikovsky



A Abertura Solene Para o Ano de 1812 é uma obra orquestral de Pyotr Ilyich Tchaikovsky comemorando o fracasso da invasão francesa à Rússia em 1812 e a subsequente devastação do "Grande Armeé" de Napoleão. A obra é mais conhecida pela sua sequência de tiros de canhão que é, em alguns concertos ao ar livre, executada com canhões verdadeiros.

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A Abertura 1812 Overture foi composta para a abertura da Exposição Universal das Artes, realizada em Moscou em 1882. Foi comissionada a Tchaikovsky pelo diretor dos Concertos da Sociedade Imperial Russa, Nicolas Rubinstein. A abertura da exposição coincidiu com a consagração da nova catedral, erigida para comemorar o fracasso da invasão de Napoleão Bonaparte à Rússia, em 1812.

Napoleão era um general temido e o exército francês era considerado imbatível. Em 1812, a França venceu a primeira batalha, a Batalha de Borodin. Mas os franceses foram derrotados pelo frio rigoroso do inverno russo, que, associado a uma epidemia de tifo, fez com que Napoleão ordenasse uma retirada desordenada e catastrófica. O exército de 600.000 homens foi reduzido a 40.000. Os russos consideraram que houvera ‘intervenção divina' a favor da Rússia.

Embora não gostasse desse tipo de encomenda, Tchaikovsky a aceitou e começou a trabalhar em uma obra que celebrasse simultaneamente os 70 anos da vitória russa sobre Napoleão e o aniversário da coroação do Czar.
Nesse estágio de sua vida, ele era apoiado por Nadeshda von Meck, uma senhora milonária que lhe encomendara algumas músicas em 1876. A senhora von Meck foi um grande apoio para ele, estabelecendo-lhe uma renda anual que permitiu certa tranquilidade no dia a dia, com liberdade de escolha de composições. Ela estabaleceu a condição de que jamais deveriam se encontrar.

No entanto, eles se correspondiam frequentemente, até 1890, quando um mal entendido levou a um rompimento dessa relação.

Entre outras peças do autor, como a Marcha Eslava, esta é uma obra de caráter fortemente nacionalista, composta no ano de 1880, para a comemoração da vitória russa sobre as tropas Napoleônicas.

A composição se baseia num antagonismo entre a inicial vitória francesa e a posterior revanche russa. A França é musicalmente representada pelo tema de La Marseillaise, hino da Revolução Francesa. A posterior vitória russa no mês seguinte, é representada por um diminueto do hino czarista Deus Salve o Czar e é seguido pelo sonoro e clássico troar de canhões. Assim, encerra-se a contraposição entre as duas vitórias - de início, a francesa, representada pela La Marseillaise, e no final, pelo triunfo russo, retratado pelo hino czarista.

A obra contrapõe o hino da Rússia e o hino da França, com fragmentos do folclore russos temas religiosos. A Abertura 1812 começa com um coro inspirado no hino ‘Deus ajude vosso povo’, da igreja ortodoxa russa.

Após a Revolução do sovietes e a consequente extinção do hino czarista, a obra sofreu modificações, sendo o tema original substituído pelo coro final da ópera Ivan Susanin, de Mikhail Glinka, cujo nome original é "A Vida pelo Tzar", modificação também realizada por ordem do regime soviético.

Em sua forma completa, a peça é executada por coro, orquestra sinfônica e banda militar com o auxílio de peças de artilharia e carrilhão. Em execuções em salas fechadas, costuma-se substituir os canhões por tímpanos (tambores), a fim de se obter um efeito semelhante ao do disparo das peças.

A Abertura 1812 é fonte de inspiração para releituras, como no caso de Igor Buketoff, que na segunda metáde da década de 60 (1965-70), fez diversas modificações, tanto no coro inicial, quanto outras alterações instrumentais. Ela é tributada na canção "2112 da Rússia".



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