Rigoletto - Giuseppe Verdi


Rigoletto é uma ópera em três atos do compositor italiano Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave. Estreou no teatro La Fenice de Veneza em 11 de março de 1851. Ópera inspirada na peça de teatro Le roi s'amuse de Victor Hugo. A ópera no entanto desvia ligeiramente da peça, devido à censura imposta. A personagem do Duque era inicialmente o Rei, e alguma parte do texto teve de ser alterado devido ao conteúdo político.

Músicas Clássicas - Rigoletto - Giuseppe Verdi


Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813 — Milão, 27 de janeiro de 1901) foi um compositor de óperas do período romântico italiano, sendo na época considerado o maior compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner era na Alemanha.

Ato I

Cena I

Salão do palácio do Duque de Mântua.

No palácio do Duque de Mântua acontece um baile. A música preenche o salão. O Duque conversa alegremente sobre suas aventuras e conquistas amorosas com o cortesão Borsa. Fala, em especial, da sua mais recente aventura: há três meses, uma bela jovem é observada por ele. Mas, até aquele momento, a oportunidade que teve de vê-la foi na igreja, ela desconhece quem ele é. O Duque conta que ela mora em uma pequena vila e um homem desconhecido a visita todas as noites. Entre os convidados estão o Conde e a Condessa de Ceprano. O Duque se encanta com a beleza da Condessa e canta sobre seus amores momentâneos. De um lado, o Duque faz reverências à beleza da Condessa, de outro, o Conde, seu marido, é ridicularizado por Rigoletto, que acaba de entrar. Em seguida entra Marullo, que reúne outros cortesãos para contar um grande segredo: o corcunda Rigoletto, o bobo da corte, tem uma amante! A gargalhada é geral entre todos os presentes. O Duque e Rigoletto retornam. Na presença de Ceprano, Rigoletto insinua maneiras pelas quais o Duque poderia afastar o Conde e, assim, seduzir sua esposa. Rigoletto, quando chega a ponto de sugerir que o Conde fosse executado, o irado Ceprano, embravece num impulso de desafiar um duelo. Outros cortesãos demonstram repúdio e desprezo pelo repugnante e debochado Rigoletto. O Duque, nesse momento, mostra-se irritado. De repente, surge Monterone, que acusa energicamente o Duque de ter desonrado sua filha. Rigoletto, em uma atitude desprezível, faz zombaria do infeliz homem, imitando Monterone. Este jura vingança e amaldiçoa Rigoletto pela atitude indigna, ao rir da mágoa de um pai. Rigoletto, nesse momento, se mostra perturbado e com medo. Todos ficam irritados com Monterone, por ter acabado com a festa.

Cena II

É noite. Beco escuro entre a casa de Ceprano e Rigoletto.

Rigoletto recorda a maldição de Monterone com uma estranha sensação, talvez um mau pressentimento. Aproxima-se Sparafucile, oferecendo seus serviços como assassino profissional. Suas vítimas são atraídas à sua casa por sua irmã, Mad-dalena. Rigoletto recusa tais serviços, mas aquele encontro o faz refletir. Só, Rigoletto recorda sua vida, as humilhações pelas quais já passou por ser aleijado e bobo da corte. Somente o amor de sua filha, Gilda, o torna mais terno e mais humano. Encontro de Gilda e Rigoletto. Rigoletto está perdido em pensamentos. Ela pede que o pai conte sobre o seu passado, deseja saber o nome da sua mãe. Rigoletto fala das suas desgraças e do amor perdido. Gilda é a única alegria que tem. Energicamente, ele diz para Gilda não sair jamais de casa desacompanhada e reforça o pedido à governanta. Pede a Giovanna que esteja sempre atenta à filha. Rigoletto sai e, sem ser visto, o Duque chega. Suborna Giovanna para deixá-lo entrar. Gilda encontra-se apaixonada pelo Duque, que é belo e jovem e que ela acredita ingenuamente ser um estudante. Gilda nada contou ao pai sobre essa paixão. Nesse encontro, o Duque faz juras de amor. Gilda está encantada e indefesa pelo amor. Ouvem-se os passos de Ceprano e dos outros.

O Duque, que receia ser descoberto, pensa em fugir. No escuro, Ceprano, Marullo e outros cortesãos se encontram com o objetivo de raptar a amante de Rigoletto. Rigoletto chega e pensa que quem está sendo levada é a Condessa de Ceprano, com os olhos vendados. Ele participa da ação ajudando a segurar a escada. Quando partem, Rigoletto tira a venda dos olhos. É tarde. Lembra angustiado da maldição de Monterone.

Ato II

Palácio do Duque.

O ato inicia com o Duque desolado por não ter notícia do seu anjo. O Duque descobriu que Gilda foi raptada. Entra em desespero; deseja encontrá-la para confortá-la. Os cortesãos, com sabor de vitória, contam como prenderam a amante do corcunda. Rigoletto aparece demonstrando indiferença, mas no seu íntimo reina um enorme desespero para encontrar sua filha. Sem querer, com a chegada de um pajem, ele descobre que o Duque está com Gilda. Totalmente fora de si, Rigoletto tenta forçar seu caminho até o Duque. Ele é afastado e, nesse momento, roga para que ela seja liberta. Gilda, em lágrimas, é trazida até o pai. Ela confessa sua ligação com o Duque e que lhe havia tirado a honra. Monterone, ao ser conduzido à prisão, esbraveja contra a impunidade do Duque. Entretanto, Rigoletto jura que haverá, sim, uma vingança. Não existem outros pensamentos para ele, mesmo com as súplicas de Gilda, pois seu único motivo a partir de agora é vingar-se.

Ato III

Uma hospedaria afastada da cidade. É noite.

Rigoletto, que havia pago Sparafucile para assassinar o Duque, vai com Gilda até um ponto onde poderiam observar tudo que se passa dentro da casa. Gilda, ao longe, vê o Duque, disfarçado, indo ao encontro de mais uma de suas aventuras amorosas. O Duque canta cinicamente a canção que expressa seu desprezo pelas mulheres. Enquanto isso, Rigoletto e Sparafucile planejam o assassinato. Maddalena é chamada e flerta com o Duque. Gilda não tem como evitar a cena do Duque com Maddalena, pois é forçada a olhar. O Duque com Maddalena diverte-se, a corteja. Gilda se amargura com as sombrias ameaças de Rigoletto. Maddalena, com pena do jovem, tenta convencer Sparafucile a matar outra pessoa em vez do Duque. Rigoletto vai embora e pede para que a filha saia da cidade. Gilda retorna, pois fica sabendo dos planos para o Duque e resolve sacrificar-se pelo amado. Ela vai ao encontro de Sparafucile, que se esconde atrás de uma porta aguardando com uma faca o momento para executar o assassinato. A porta se abre. Tudo está escuro. A vítima está escondida em um saco. Muito feliz por estar concretizando sua vingança, Rigoletto está ansioso por jogar o saco no rio, quando, para seu horror, ouve a voz do Duque ao longe cantarolando. Rigoletto abre o saco e vê sua filha agonizando. Ela lhe implora o perdão e morre. Rigoletto está transtornado, infeliz, a maldição de Monterone foi cumprida.

Há, também, uma versão de Rigoletto traduzida para o russo pelo autor e tradutor Piotr Kalashnikov.

 Fontes: Texto - Vídeo - Top
Música Clássica

A Sinfonia Fantástica - Louis Hector Berlioz


A Sinfonia Fantástica Opus 14, nome oficial Episódio da Vida de um Artista, Sinfonia Fantástica em Cinco Partes (em francês Épisode de la vie d’un artiste, symphonie fantastique en cinq parties), foi a primeira sinfonia do grande compositor e músico Hector Berlioz , composta no ano de 1830. é o verdadeiro nome da obra, apresentada no dia 5 dezembro de 1830 no Conservatório de Paris, sob a batuta do maestro François-Antoine Habeneck. Esta apresentação difere da que conhecemos hoje, uma vez que Berlioz revisou o trabalho durante anos e só veio a republicá-la em 1845.

100 melhores musicas clássicas para ouvir online - A Sinfonia Fantástica - Louis Hector Berlioz


É o trabalho mais conhecido de Berlioz e foi criado por inspiração de sua paixão pela atriz irlandesa Harriet Smithson, após vê-la representar o papel de Ofélia na peça Hamlet, de Shakespeare, no Teatro de Paris, em 1827, e também pela leitura de Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe. A obra é um marco na música francesa, pois inaugura o sinfonismo na França. Berlioz quebra a estrutura formal da sinfonia, formada de quatro movimentos, quando a apresenta com um movimento a mais. Berlioz redigiu um roteiro impresso em 1831 em que indicava o que o protagonista imaginava em cada movimento da obra. Para o autor, o artista, sob efeito do ópio, tem alucinações e estas são traduzidas em cinco situações indicadas através dos cinco movimentos.

Sinfonia Fantástica foi executada pela primeira vez em 5 de dezembro de 1830 com a Orquestra formada por membros do Conservatório de Paris, tendo como condutor François-Antoine Habeneck. Sofreu inúmeras revisões pelo autor até ser publicada em 1845. O seu roteiro explicativo, que segundo o autor "é indispensável à completa intelecção do plano dramático da obra" também sofreu revisões ao longo do tempo.

Louis Hector Berlioz (La Côte-Saint-André, 11 de dezembro de 1803 — Paris, 8 de março de 1869) foi um compositor do Romantismo francês, conhecido por sua Sinfonia Fantástica (1830) e pela Missa de Requiem (1837).

Hector Berlioz, filho de pai médico, foi enviado para Paris para seguir os estudos de Medicina, mas rapidamente decidiu estudar composição, perdendo assim a ajuda financeira da sua família. Apaixonado e dedicado à música, concorreu ao Prémio de Composição de Roma por três vezes, acabando finalmente por ganhar o segundo prémio, em 1830. Aos 25 anos, apaixona-se perdidamente pela actriz irlandesa Harriet Smithson, que interpretou papéis das obras de Shakespeare, como Ophelia ou Juliet. Duas obras de Berlioz foram inspiradas neste seu amor: Symphonie Fantastique e Roméo et Juliette. Berlioz deixou também um importante trabalho teórico - o seu Grand Traité d’Instrumentation et d’Orchestration Modernes (publicado em 1843 e revisto em 1855). Essa sua investigação reflecte-se indubitavelmente nas suas obras sinfónicas, como será focado mais à frente.

A audição da Symphonie Fantastique é acompanhada pelo público com a leitura de um programa, escrito pelo próprio compositor – Episódio na vida de um artista – que relata alguns dos momentos da sua paixão pela actriz. A existência do programa torna unívoca a interpretação da música, esclarece o seu sentido aos ouvintes e explica a sua forma. Foi a primeira obra de música programática puramente instrumental, embora se baseie claramente nos princípios da reforma da ópera de C. W. Gluck (1714-1787), em que se defendia a primazia da transmissão dos afectos do libreto no discurso musical. Aliás, alguns pormenores de instrumentação como as harpas, o corne inglês e os sinos são aqui pela primeira vez utilizados em música sinfónica, apesar de já terem integrado a orquestra na ópera. Para além do facto da sinfonia ter 5 andamentos, de características originais na época, uma outra inovação inserida por Berlioz é o conceito de ideé-fixe, um tema melódico, associado a uma personagem (neste caso a sua amada), que surge de forma recorrente ao longo da obra.

A estreia da Symphonie Fantastique em 1830 em Paris, foi símbolo do início do Romantismo em França. Era a primeira vez que um compositor expunha explicitamente uma experiência pessoal numa obra musical. A expressão do "eu" e do sentimento tornaram-se, a partir daí, importantes pilares da música romântica em toda a Europa. O conceito de música programática ficou também para as gerações futuras, em compositores como Liszt ou os russos do Grupo dos Cinco. Hector Berlioz foi, acima de tudo, um compositor que criou com originalidade, fundando importantes conceitos para o futuro.

Fontes: Texto - Vídeo - Top
Música Clássica